O ministério de Mateus[editar | editar código-fonte]
O ministério de Mateus no Novo Testamento é bastante complexo de atestar. Quando ele é mencionado, é geralmente junto com Tomé. Como discípulo, ele seguiu Cristo e foi uma das testemunhas da Ressurreição e da Ascensão. Depois, Mateus, Maria, Tiago e outros seguidores próximos a Jesus se recolheram ao cenáculo em Jerusalém[8][9]. Na mesma época, Tiago[a][10] sucedeu a Jesus como líder da igreja de Jerusalém[11].
Eles permaneceram nas redondezas de Jerusalém e proclamaram que Jesus, filho presuntivo do carpinteiro José, era o Messias prometido nas profecias. Acredita-se que estes primeiros cristãos judeus eram chamados de nazarenos[12]:pp. 597&722[13]. É quase certo que Mateus era um deles, uma vez que tanto o Novo Testamento quanto o Talmud assim atestam[14].
Mateus pregou por quinze anos o Evangelho em hebraico para a comunidade judaica na Judeia. Mais tarde, ele viajaria fora da judeia para outras provincias romanas. (presumivelmente seguindo o ordenamento de Jesus em Mateus 28:16-20) e espalhou os ensinamentos de Jesus entre os etíopes, macedonianos, persas e partos[9]. Tanto a Igreja Católica quanto a Ortodoxasustentam a crença tradicional de que ele tenha morrido mártir na Etiópia[5][15].
O Evangelho de Mateus[editar | editar código-fonte]
Os cristãos do tempo de Mateus ainda se consideravam judeus e, como tais, eles adoravam no Templo[12]:pp. 957 & 722[16] e reverenciavam a Lei dada por Deus a Moisés. Eles também reverenciavam uma tradição oral chamada Torah Shebeal Peh, que interpretava a lei escrita. Foi neste contexto cultural (chamado de Sitz im Leben) que a tradição oral cristã nasceu, conforme Jesus e rabinos cristãos desenvolveram a "mensagem" (evangelios) oral interpretando a lei escrita.[17][18][19].
Quando o Segundo Templo em Jerusalém foi destruído em 70 d.C., esta tradição oral não era mais possível e se tornou necessário escrevê-la, o que ocorreu na Mishnah(parte do que seria posteriormente o Talmude)[20][21][22][23][24]. Acredita-se que Mateus traduziu a "tradição oral cristã" (ou Logia) na forma escrita antes de partir para Roma[15][b].
Orígenes afirma que o primeiro evangelho foi escrito por Mateus [25][26]. Este evangelho foi escrito em hebraico em Jerusalém para ser utilizado por cristãos-judeus e traduzido para o grego, embora esta não tenha sobrevivido. Uma cópia do original hebraico era mantido na Biblioteca Teológica de Cesareia Marítima. A comunidade nazarenatranscreveu uma cópia para Jerónimo, que a utilizou em sua obra De Viris Illustribus[2]. O Evangelho de Mateus era então chamado de "Evangelho dos Hebreus" [27] ou, às vezes, "Evangelho dos Apóstolos"[28][29][30] e acredita-se que ele foi o original "Mateus grego" encontrado na Bíblia. Porém, esta interpretação foi contestada por estudiosos modernos como Bart Ehrman e James Edwards[c][31][32][33][34].
Os padres da Igreja Epifânio de Salamina e Jerônimo de Estridão mencionam um evangelho primordial, o hoje perdido Evangelho dos Hebreus, que foi parcialmente preservado nos escritos deles, e que teria sido escrito por Mateus[33]. Epifânio porém não afirma por si que o autor seria Mateus, ele apenas afirma que esta era a crença dos heréticos Ebionitas[34]. Muitos estudiosos hoje em dia, notavelmente Raymond E. Brown, acreditam que "o evangelho canônico de Mateus foi escrito em grego por alguém que não foi testemunha ocular e cujo nome é desconhecido para nós e que dependia de fontes como o Evangelho de Marcos e a fonte Q"[35], uma teoria conhecida como Prioridade de Marcos. Há opiniões divergentes, como a de Craig Blomberg[36][37][38].

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